Duas notas relativas à religião, sobre a minha recente viagem à Turquia. Nos longos quilómetros percorridos de autocarro na vasta Anatólia - de Belek (na periferia de Antálya) a Kussadasi (cerca de 400 km) - passámos por um sem número de vilas, aldeias e lugarejos e apenas uma grande cidade (Denizli), avistámos inúmeras mesquitas ou apenas os seus minaretes. Tal facto não foi para mim motivo de surpresa, o que não aconteceu com outros companheiros, de tal forma que um deles perguntou ao guia se na Turquia não havia igrejas católicas romanas e porquê. Este, parecendo sentir-se insultado com a pergunta respondeu assim: "Quantas mesquitas há em Portugal? E na tua cidade do Porto?" obtendo de resposta que só há uma em Lisboa, rematou o assunto com um "não faças essas perguntas!" Na minha opinião o Sr. Ufuk foi indelicado e podia ter aproveitado a ocasião para fazer pedagogia...
A segunda nota, contava assistir à hora da oração e ao recolhimento dos muçulmanos lá onde se encontrassem. Afinal nem sombra disso. Ainda se me pôs a questão de ir desatento e não reparar. Mas já quase no final da estada naquele país passeava eu em Antálya e eis que começam os altifalantes das mesquitas a anunciar a hora da oração, e logo preparei a máquina fotográfica para registar o momento, mas puro logro! Houve um segundo chamamento mas a "resposta" foi a mesma: Quem caminhava continuou a caminhar, Quem beberricava nas esplanadas assim continuou, Os autocarros continuaram a sua marcha, O flautista pedinte continuou a flautar, o acordeonista pedinte continuou o seu toque! Quanto a mim, fiz como o outro fez à viola, meti a máquina fotográfica na bolsa e continuei a exploração da cidade desconhecida...