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Jul14
Eugénio de Andrade, "O Comum da Terra"
divagares
«Nesses dias era a sílaba a sílaba que chegavas.
Quem conheça o sul e a sua transparência
Também sabe que no verão pelas veredas
Da cal a crispação da sombra caminha devagar.
De tanta palavra que disseste algumas
Se perdiam, outras duram ainda, são lume
Breve arado ceia de pobre roupa remendada.
Habitavas a terra, o comum da terra, e a paixão
Era morada e instrumento de alegria.
Esse eras tu: inclinação da água. Na margem
Ventos areias mastros lábios, tudo ardia.»
(Dedicado a Vasco Gonçalves)