23
Mar16
José Vultos Sequeira
divagares
a terra o chão a humidade
do chão
alimentando o ar
e sustendo o peso
do que está a crescer
e os olhos pedem
porque ninguém nasceu para a solidão
e as palavras não são propriedade
dão-se
são fieis e amorosas
fábrica colectiva
vísceras de um corpo colectivo
que no fogo
e com o sangue
as amassa
elas cantam
nas bocas
(de A navegação do albatroz)