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24
Nov09

150 Anos da primeira edição de "A Origem das Espécies" de Charles Darwin

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Comprei este mês ao Circulo de Leitores, A Origem das Espécies, de Charles Darwin. A sua primeira edição, faz precisamente hoje 150 anos. Desde o início de 2009 têm sido publicados vários artigos e notícias sobre esta questão. Destaco aqui a publicação no Avante!, da carta de Álvaro Cunhal ao director da prisão onde estava preso, a propósito da proibição de que foi alvo, relativamente a documentação sua sobre Darwin. Tudo tenho seguido com atenção. Apesar de ao longo da minha vida adulta, ter lido muito sobre Darwin e a sua obra, de ter participado em inúmeras conversas e debates sobre esta matéria, só agora vou iniciar a leitura da obra.

19
Nov09

O admirável mundo novo que a "queda do muro" pariu!

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"O adeus ao comunismo? Provocou um milhão de mortos" (título do jornal italiano Corriere della Sera)

Num estudo de professores de Oxford e Cambridge, publicado na conceituada revista médica britânica  The Lancet (...) os autores afirmam que as políticas de privatização em massa nos países da União Soviética e na Europa de Leste aumentaram a mortalidade em 12,8% (...) ou seja, causaram a morte prematura a um milhão de pessoas (...) na Rússia, entre 1991 e 1994 a esperança de vida diminuiu em 5 anos.

O balanço da restauração do capitalismo é ainda mais grave (...) o alastrar de pobreza extrema, dos sem-abrigo, da prostituição, da toxicodependência ou a emigração em massa para sobreviver.

Uma escalada de mortíferas guerras foram ao mesmo tempo desencadeadas pelo imperialismo, liberto do contrapeso dos países socialistas. Muitas centenas de milhar de mortos (mais de 650 mil só no Iraque) são o fruto "da queda do Muro" no Golfo, na Jugoslávia, no Afeganistão, no Iraque, no Líbano, na Palestina, e agora no Paquistão (...) E foram acompanhadas pelo "Gulag" de prisões secretas dos EUA espalhadas pelo mundo, no qual desapareceram milhares de pessoas (...).

Foi para celebrar estes magníficos resultados que o estado-maior do imperialismo se reuniu em Berlim, com pompa e circunstância.

(Excertos de um artigo de Jorge Cadima, publicado no Avante! de 19/11/09, em que são referidas, como fonte, a UNICEF e a UNDP/ONU)

 

 

E a propósito, para quando o fim dos outros muros construídos ou em construção? Nos EUA, junto à fronteira com o México; na Cijordânia erguido por Israel; na separação das duas Coreias; na Arábia Saudita junto à fronteira com o Iraque; em Marrocos para isolar o Povo Saraui. Quanto a estes, as centrais de informação (de intoxicação) do imperialismo nada dizem...

 

 

13
Nov09

a LUA e as fogueiras

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Eu não caminhava assim, não era coxo, mas quantas vezes vira passar os carros barulhentos com carradas de mulheres e rapazes, em dias de festa, para a feira, para os carrosséis de Castiglione, de Cossano, de Campette, para toda a parte, e eu ficava com Giulia e Angiolina debaixo das avelaneiras, debaixo da figueira, ao parapeito da ponte, naqueles longos crepúsculos de verão, fitando o céu, os vinhedos sempre iguais. E depois, pela noite, durante toda a noite, pela estrada ouvia-se o seu regresso, cantando, rindo, chamando-se através do Belbo. Era naqueles crepúsculos que uma luz, uma fogueira divisadas sobre as colinas distantes, me faziam gritar e revolver-me pelo chão porque sabia que era pobre, porque era apenas um rapaz, um Zé Ninguém. Quase me sentia feliz se havia temporal, uma catástrofe daquelas de verão, que lhes escangalhava a festa. Agora, ao pensar nisso, lamentava aqueles tempos. E como desejaria voltar a encontrá-los.

 Cesare Pavese

 

10
Nov09

...

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"... parece-me desde já evidente que este caso só pode estar baseado num enorme mal entendido, provavelmente pelo facto de o senhor ter a infelicidade de estar para as trapalhadas como o pólen para a abelha"

"...nem um mineiro de carvão tem tanto negrume à sua volta"

João Miguel Tavares, DN de 10/11/09 (a propósito de Sócrates e as suas amizades com Armando Vara, e o Freeport, e o apartamento da rua Braancamp, e o face oculta, etc)

06
Nov09

"cega, surda, muda, coxa e marreca!"

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"A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca. Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros..."

 Clara Ferreira Alves, no "Expresso"

05
Nov09

Face Oculta e outras coisas mais... Aqui se reproduz o texo do Jornalista Mário Crespo

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 O processo Face Oculta deu-me, finalmente, resposta à pergunta que fiz ao ministro da Presidência Pedro Silva Pereira - se no sector do Estado que lhe estava confiado havia ambiente para trocas de favores por dinheiro. Pedro Silva Pereira respondeu-me na altura que a minha pergunta era insultuosa. Agora, o despacho judicial que descreve a rede de corrupção que abrange o mundo da sucata, executivos da alta finança e agentes do Estado, responde-me ao que Silva Pereira fugiu: Que sim. Havia esse ambiente. E diz mais. Diz que continua a haver. A brilhante investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária de Aveiro revela um universo de roubalheira demasiado gritante para ser encoberto por segredos de justiça. O país tem de saber de tudo porque por cada sucateiro que dá um Mercedes topo de gama a um agente do Estado há 50 famílias desempregadas. É dinheiro público que paga concursos viciados, subornos e sinecuras. Com a lentidão da Justiça e a panóplia de artifícios dilatórios à disposição dos advogados, os silêncios dão aos criminosos tempo. Tempo para que os delitos caiam no esquecimento e a prática de crimes na habituação. Foi para isso que o primeiro-ministro contribuiu quando, questionado sobre a Face Oculta, respondeu: "O Senhor jornalista devia saber que eu não comento processos judiciais em curso (...)". O "Senhor jornalista" provavelmente já sabia, mas se calhar julgava que Sócrates tinha mudado neste mandato. Armando Vara é seu camarada de partido, seu amigo, foi seu colega de governo e seu companheiro de carteira nessa escola de saber que era a Universidade Independente. Licenciaram-se os dois nas ciências lá disponíveis quase na mesma altura. Mas sobretudo, Vara geria (de facto ainda gere) milhões em dinheiros públicos. Por esses, Sócrates tem de responder. Tal como tem de responder pelos valores do património nacional que lhe foram e ainda estão confiados e que à força de milhões de libras esterlinas podem ter sido lesados no Freeport. Face ao que (felizmente) já se sabe sobre as redes de corrupção em Portugal, um chefe de Governo não se pode refugiar no "no comment" a que a Justiça supostamente o obriga, porque a Justiça não o obriga a nada disso. Pelo contrário. Exige-lhe que fale. Que diga que estas práticas não podem ser toleradas e que dê conta do que está a fazer para lhes pôr um fim. Declarações idênticas de não-comentário têm sido produzidas pelo presidente Cavaco Silva sobre o Freeport, sobre Lopes da Mota, sobre o BPN, sobre a SLN, sobre Dias Loureiro, sobre Oliveira Costa e tudo o mais que tem lançado dúvidas sobre a lisura da nossa vida pública. Estes silêncios que variam entre o ameaçador, o irónico e o cínico, estão a dar ao país uma mensagem clara: os agentes do Estado protegem-se uns aos outros com silêncios cúmplices sempre que um deles é apanhado com as calças na mão (ou sem elas) violando crianças da Casa Pia, roubando carris para vender na sucata, viabilizando centros comerciais em cima de reservas naturais, comprando habilitações para preencher os vazios humanísticos que a aculturação deixou em aberto ou aceitando acções não cotadas de uma qualquer obscuridade empresarial que rendem 147,5% ao ano. Lida cá fora a mensagem traduz-se na simplicidade brutal do mais interiorizado conceito em Portugal: nos grandes ninguém toca.    

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