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30
Abr14

O 1º. de Maio de há 40 anos

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No dia 1º. de 1974, a cidade de Setúbal teve a maior manifestação de sempre. Era a alegria esfuziante provocada pelo 25 de Abril. Era a alegria de comemorar o dia do trabalhador em liberdade. Sem PIDE. Sem medo. Setúbal não foi excepção. Portugal inteiro saiu à rua. Encheu avenidas e praças. Para quem tivesse dúvidas quanto à mudança iniciada em 25 de Abril, ficou claro que estávamos num tempo novo.

Vale a pena recordar que tudo foi minimamente organizado, apesar de não se dispor de instalações e equipamentos. Nos Sindicatos, alguns já com as direcções reaccionárias expulsas, os novos activistas não tinham ainda experiência. e os próprios sindicatos não dispunham de capacidade de resposta, já que durante os 48 anos passados, não era essa a sua função...

O PCP também não dispunha de centro de trabalho. Os seus militantes usaram como estaleiro uma garagem/arrecadação no pátio Gago da Silva, ali ao Quebedo, cedida por intermédio da Manuela Gago da Silva e do José Carlos Viegas. Foi aí que pintaram faixas e panos para serem exibidos no 1º. de Maio. O saudoso Carlos Nascimento foi o responsável por esta tarefa. A certa altura o local é visitado pela dirigente do PCP responsável pela ligação connosco, que sugeriu a feitura de alguma coisa que falasse do partido socialista (ao tempo não existia na cidade qualquer expressão organizada desse partido). Pelo menos uma faixa com Viva o Partido Socialista, foi pintada e depois transportada na manifestação. Ou seja, foram os "sectários" dos comunistas que tomaram a iniciativa para que aquele partido também estivesse assinalado no 1º. de Maio em Setúbal.

Entretanto, não demorou muito tempo, o PS inicia os ataques contra o PCP, que passaram a ser um seu objectivo supremo.

28
Abr14

MUR e os 40 anos do 25 de Abril

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Quatro décadas depois, a classe dominante, que fora varrida do poder, está novamente nele encastelada. O governo que a representa, chefiado por um político de vocação neofascista, impõe ao Pais medidas que em alguns casos são tão reacionárias que nem Salazar as aplicou.

 

Muitos dos militares e civis que tiveram participação relevante nas inesquecíveis jornadas de Abril de 74 já faleceram. Não podiam imaginar que Portugal projetaria hoje no mundo a imagem de um país surreal, uma ditadura da burguesia de fachada democrática no qual a política é um pântano.

 

Nas vésperas do aniversário da Revolução os partidos que controlam a Assembleia da Republica demonstraram com clareza a sua ideologia reaccionária opondo-se a que na sessão comemorativa da efeméride usasse da palavra um representante dos capitães de Abril.

 

Foi uma revolução diferente de tudo o que se conhecia. Em 18 meses, no contexto de uma luta de classes exacerbada, permanente, Portugal avançou mais na História do que nos três séculos anteriores. Não há precedente na Europa Ocidental desde a Comuna de Paris para conquistas sociais tão importantes como as da breve Revolução de Abril. Reforma Agrária tão ambiciosa não acontecera antes.

Miguel Urbano Rodrigues

 

28
Abr14

Só se fô dê

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É apenas um autocolante. Faz parte de uma colecção que foi minha e já não é. Foi doada ao arquivo da DORS do PCP. Foi editado por uma lista concorrente às eleições para a associação de estudantes de uma qualquer escola da Península de Setúbal. Constitui um sugestivo apelo ao voto.
27
Abr14

Gabo foi solidário com o 25 de Abril

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André Carrilho é o autor desta bela imagem de Gabriel Garcia Marquez, também ele solidário com o 25 de Abril de 1974 e com o Povo português.
De Carrilho, está exposto na casa da cultura de Setúbal, um precioso conjunto de trabalhos que vale a pena visitar.
26
Abr14

"Conquistas da Revoluçãol" - Uma edição muito oportuna

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Foi a aliança entre os militares revolucionários do MFA e o movimento operário e popular que, consolidando a liberdade conquistada no dia 25 de Abril de 1974, impulsionou a caminhada para as profundas transformações revolucionarias que mudaram radicalmente Portugal e a sua imagem no mundo: liberdade; paz; direitos laborais, sociais e culturais; nacionalizações; reforma agrária; descolonização; independência nacional.
Do prefácio de Conquistas da Revolução, rica e oportuna compilação das conquistas alcançadas pelo Povo português com o 25 de Abril de 1974, um trabalho da responsabilidade da Associação Conquistas da Revolução, apresentado no dia 23 de Abril. Recomendo vivamente a sua leitura, aos que, tendo vivido os acontecimentos de 1974/75,"foram esquecendo" e aos que nasceram depois e têm sido bombardeados com deturpações e ocultações escandalosas.

 

 

25
Abr14

Faz hoje 40 anos...

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Faz hoje 40 anos estava desempregado. Há 25 dias. Desemprego resultante de um confronto verbal entre um camarada (Gaspar, baleizoeiro, ex-preso político, portador de uma deficiência física e com filhos menores) e o chefe dele e meu. Iniciaram a desavença na carpintaria e acabaram no gabinete que era o meu local de trabalho. O desentendimento acabou com o baleizoeiro a ameaçar o chefe que o matava. Dito isto, na presença de um único ser (eu), para além dos dois contendores, está bom de perceber o que iria seguir-se. Mal o Gaspar terminou a ameaça, pensei para comigo: já estou fodido!
Bom, seguiu-se a participação do chefe, o inquérito e a minha chamada à presença do inquiridor para confirmar o teor da participação: ameaça de morte! A testemunha (eu) tinha duas opções. uma a lealdade à direcção da empresa, a outra, a solidariedade de classe com o trabalhador. Não hesitei, mesmo tendo pelo chefe a maior consideração e respeito. Fiz-me de mula. Que não ouvi. Que estava tão concentrado no trabalho, nem dei atenção às palavras ditas. Registadas as resposta, fui dispensado. Passei pela carpintaria para dizer ao Gaspar que aquilo iria dar em nada porque a testemunha única afirmou nada ter ouvido.
Até ao fim de Março tudo decorreu normalmente. Dia 30 sou chamado à secção de pessoal onde me é dado conhecimento do despedimento com justa causa! A consolação que tive neste processo foi ao Gaspar nada ter acontecido e continuar na empresa até ao seu encerramento.
Dirá quem ler este texto, que tem o caso a ver com o 25 de Abril? Na verdade este despedimento não foi inocente. Pouco antes os trabalhadores da IMA protagonizaram uma formidável luta ao longo de vários dias, com adesão quase total e efeitos devastadores na produção. Luta a que a direcção da empresa só conseguiu pôr fim, chamando a PIDE, que se instalou na fábrica durante a noite, e de manhã confrontou cada trabalhador com a condição de só entra se assinar esta folha a comprometer-se que retoma o trabalho. Mesmo nestas condições, nesse dia a luta continuou com elevada adesão. Ainda no decorrer desta luta fui chamado ao gabinete de um director onde me pressionaram a dizer o nome dos "cabecilhas". Como não entrei nesse jogo, fiquei na lista negra...
Já depois do 25 de Abril fui contactado para ser readmitido, o que não aconteceu por já ter optado por um outro rumo para a minha vida, bem mais exaltante.
24
Abr14

Um rosto do 25 de Abril

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O MFA não era um movimento revolucionário, tinha revolucionários nas suas fileiras mas isso não fazia dele um movimento com essas características. (...) Os aspectos mais progressistas da actividade do MFA são motivados pelo levantamento popular num sentido revolucionário.
Vasco Gonçalves
O mais caluniado dos militares de Abril. Pelo simples facto de ser um militar revolucionário, de, sem tibiezas ter estado sempre do lado certo: do lado do Povo. As mais importantes medidas tomadas pelo MFA - a que chamamos conquistas da revolução - têm a sua marca pessoal. Foi um verdadeiro amigo do Povo. A sua imagem e exemplo perduram na nossa memória.

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