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"A sinfonia em sol menor, a penúltima da lavra do músico de Salzburg, é aquilo a que costumo chamar um cume estético. É, desde logo pela sua profundidade dramática e emocional, uma das obras mais admiráveis jamais compostas. Se, no geral, os psiquiatras e psicólogos no activo tivessem maior cultura musical, estou em crer que seria habitual vê-los utilizar esta partitura como forma de abordar com os pacientes o complexo problema da vivência/gestão das emoções nas profundezas do eu singular, assim como no quadro das relações intersubjectivas. Pelo meu lado, como filósofo, tenho procurado utilizar esta obra como factor de melhoramento da vida concreta dos seres humanos, pois é essa a principal função da filosofia: proporcionar bem-estar; gerar aquilo a que os franceses, gozando do charme do seu idioma, chamam bonheur. Escutem com a máxima atenção e sintam como a angústia humana é musicalmente traduzida, como é espelhada em subtil harmonia musical logo a partir dos primeiros compassos."
Este é um extracto do brilhante e pedagógico texto de João Maria de Freitas Branco, que consta do programa do concerto, já amplamente distribuído para divulgação da Festa do Avante. Socorri-me da sua competência para enriquecer esta minha modesta contribuição para a divulgação da F.A.
Termino esta antevisão do concerto inaugural da F.A. deste ano, com o primeiro andamento da sinfonia nº. 40 de Mozart, que na Festa será escutada integralmente.
"Já nem sequer falo de justiça ou amor. Por que razão continuamos a alimentar o ódio na faixa de Gaza? Nunca haverá solução militar. Dois povos lutam por uma e a mesma terra. Por muito forte que Israel de torne, sempre haverá instabilidade e medo. O conflito está a alimentar-se de si próprio e da alma judaica, e tem-lhe sido consentido que o faça. Quisemos ser donos de terra que nunca pertenceu aos Judeus e nela construímos colonatos.
Os Palestinianos consideram isto uma provocação imperialista e têm razão. A sua resistência é perfeitamente compreensível.
(...) Sofro com esta situação, e tudo o que faço tem alguma coisa a ver com este sofrimento, esteja a dirigir Wagner em Israel (e não fui, de maneira nenhuma, o primeiro a fazê-lo!) a citar a constituição de Israel na Knesset, a fundar com Eduardo Said a Orquestra do Divã Ocidental-Oriental, a criar um jardim infantil musical em Berlim, ou - como aconteceu recentemente em Jerusalém - a dar um concerto para os dois povos. Algumas destas coisas são injustificadamente exageradas pela comunicação social, mas faço-as porque fico doido com as muitas injustiças que nós, judeus, cometemos diariamente, e com o risco em que pomos a existência futura de Israel.
(...) Sou pessimista quanto ao futuro a curto prazo do Médio Oriente, Mas optimista quanto ao seu futuro a longo prazo. Ou descobrimos um modo de viver uns com os outros ou matamo-nos uns aos outros. O que é que me dá esperança? Fazer música. Porque, diante de uma sinfonia de Beethoven, de Don Giovani, de Mozart ou de Tristão e Isolda de Wagner, todos os seres humanos são iguais."
A Serra Mãe tem sido através dos tempos musa inspiradora dos poetas (mas também dos escritores e pintores) sendo vastíssimo o números de autores que lhe dedicaram a sua poesia. Como poeta da Arrábida, Sebastião da Gama, será o que como tal é conhecido, e com justeza, dada a obra que à sua Serra Mãe dedicou.
Adquiri há dias uma obra - A Serra da Arrábida na Poesia Portuguesa - de António Mateus Vilhena e Daniel Pires, na sua 2ª. edição corrigida e aumentada, iniciativa da maior relevância que põe ao alcance do leitor comum criação poética, que de outra forma lhe seria inacessível. É notável a pesquisa realizada que abarca cinco séculos, e mesmo já o ano que decorre, e uma muito ampla bibliografia.
Tudo se passa,
quando a manhã nasce a Serra,
como se uma flor abrisse
e pelo ar
o seu perfume subisse...
"desabrochar", de Sebastião da Gama
É o que consta. Que o todo poderoso do BES está preso! Tratando-se de um super colarinho branco (branco mais branco não há) resta saber o que irá parir a "montanha"...
Esta obra - Concerto p/quatro trompas e orquestra, de Roberto Schumann - que, certamente para muita gente (e também para mim), parecerá estranho integrar o programa da FA, é uma raridade muito agradável de ouvir.
"A humanidade realizou conquistas prodigiosas no domínio da ciência e da técnica. A vida é hoje totalmente diferente do que era na Atenas de Péricles. Mas o homem do século XXI não é melhor nem mais inteligente do que eram - apenas dois exemplos - Platão e Aristóteles. O homo sapiens contemporâneo, com as suas virtudes, vícios e aspirações, não difere muito na sua capacidade de amar, sentir e lutar do ateniense do século V a.c. ou do cidadão de Jerusalém da época de Jesus.
O homem novo, por ora, continua a ser uma aspiração, um ser mítico, utópico. O aparecimento rapidíssimo na Rússia de Ieltsin, de milhões de homens antigos, com todos os estigmas do capitalismo, requer reflexão."
Miguel Urbano Rodrigues
Já resta pouco da Palestina.
Pouco a pouco, Israel a está apagando do mapa.
Os colonos invadem e depois deles os soldados vão restabelecendo a fronteira.
As balas sacralizam a remoção, como legítima defesa.
Não existe guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva.
Hitler invadiu a Polónia para evitar que a Polónia invadisse a Alemanha.
Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo.
Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel engole outro pedaço da Palestina, e os almoços continuam.
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