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17
Mar15

O Homúnculo

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Era uma vez um país tão perto no espaço e no tempo que nos basta nada fazer para lá irmos parar.

Esse país não vem no mapa, a sua geografia habita nas memórias e cicatrizes de um povo artesão especialista em fundir o mito com a realidade.

Nesse país há um homem que impõe a sua vontade e governa acima de todos os outros, será que um só homem consegue manter o poder sobre 10 milhões de almas?

Texto de Natália Correia apreendido pela PIDE e nunca, até ao momento representado por nenhuma companhia profissional. Texto, esse, que em 2015 perfaz 50 anos da sua primeira e única publicação.

Assinala-se, assim tal data com a publicação do referido texto, prefaciado por Fernando Nascimento Rosa e com nota introdutória de Fernando Dacosta, personalidades estudiosas da obra de Natália Correia.

(Extraído do programa Janeiro-Abril do Fórum Luísa Todi)

Numa produção do Teatro Estúdio Fontenova, estará em cena no Fórum Municipal Luísa Todi em 20, 21 e 22 de Março.

 

16
Mar15

Um achado

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 Em verdade te digo: Não

espero a eternidade. E sei

que nenhum verso vence a morte.

 

Procuro apenas um sinal

um ritmo que me restitua

a imperceptível respiração da terra.

 

Talvez os cabelos de Maria

irmã de Marta

a enxugar-me os pés.

 

Porque todos os poemas são mortais.

E o que fica é talvez

um perfume de nardo E nada mais.

 

Manuel Alegre

Este poema de Manuel Alegre foi achado uma publicação da Associação Portuguesa de Escritores, manuscrito numa página em branco aproveitada pelo autor para o efeito. Publicação essa que faz parte do espólio deixado por um outro autor recentemente falecido.

 

15
Mar15

Batalhão de Caçadores 1912 - Guiné

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Os "jovens" que integraram o B. Caç. 1912 - CCS e C. Caç. 1684/1685/1686 - vão (vamos) encontrar-se no dia 18 de Abril no seu almoço-convívio anual, "jovens" que estão agora nos seus 69 a 71 anos! Mas nesse dia deixamos de lado a PDI e voltamos a ser os jovens que, juntos permaneceram 25 meses e meio nas terras da Guiné, participando naquela guerra (de que agora não me apetece falar) que nos calhou.

O evento terá lugar em Via Longa (arredores de Lisboa) no restaurante Ti Alberto - com uma paisagem deslumbrante sobre o rio Tejo - com início às 11 horas.

Os organizadores continuam a ser os veteranos João Bonito/245208720/963051668, Alberto "Poiares"/219521633/917302811, Francisco Passinhas/289999658/917265577.

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13
Mar15

Schostakovich e o jazz

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O brilhante compositor soviético Dimitri schostakovich para além da sua gigantesca obra sinfónica, percorreu vários outros caminhos, nomeadamente, fez também  a sua incursão nos domínios do jazz, neste vídeo bem demonstrado.

 

12
Mar15

Tem a palavra a actriz Luísa Ortigoso:

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Luisa Ortigoso.jpg

A minha "romântica" profissão, tornou-se numa luta diária pela sobrevivência para a maioria das actrizes e actores deste país.

O Estado (que devia ser de direito) tornou todos os trabalhadores do espectáculo em mentirosos militantes. Todos somos trabalhadores "independentes", diz o estado (com letra minúscula, porque um estado assim não tem nada de grande em si, nem mesmo a letra). 

10
Mar15

Praça da Canção - 50 anos

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Possuo um exemplar da 2ª. edição da Praça da Canção, oferecido pelo Mateus Cabrita, então estudante de medicina, que após conhecer-me, deu alguns passos com objectivos de formação política e ideológica. Eu era então um jovem trabalhador da indústria de montagens de automóveis, a iniciar uma militância, que mantenho (manterei até ao fim).

Esta segunda edição tem um prefácio de Mário Sacramento que constitui uma preciosa introdução ao poema de MA. Afirma MS que Manuel Alegre conduz o lirismo do seu eu ao plano de uma expressão colectiva que as experiências teorizadas do nós jamais haviam atingido. E funde em canto de aedo a um tempo singular e impessoal toda a experiência duma época e toda a herança duma literatura, modulando na elocução de uma voz inconfundível o titubear desgarrado dum povo.

Se a obra em questão é sublime, na manipulação da palavra e no seu engajamento militante, tem a acompanhá-la nesta segunda edição um prefácio também sublime.

E a Praça da Canção, não tenho quaisquer dúvidas em afirmá-lo, constituiu a minha iniciação nos domínios da poesia. Até então, o que conhecia de versos era uma matéria inócua, qualquer coisa que rimava, substancialmente diferente de:

Os ratos invadiram a cidade

povoaram as casas os ratos roeram

o coração das gentes.

Cada homem traz um rato na alma.

Na rua os ratos roeram a vida.

É proibido não ser rato.

ou de:

Há homens que são capazes

duma flor onde

as flores não nascem.

Outros abrem velhas portas

em velhas casas fechadas há muito

outros ainda despedaçam muros

acendem nas praças uma rosa de fogo.

Tu vendes livros quer dizer

entregas a cada homem

teu coração dentro de cada livro.

ou ainda de:

Parte de noite e não olha

os campos que vai deixar.

Todo por dentro a abanar

como a terra em Agadir

folha a folha se desfolha

seu coração ao partir.

Aquele tempo - da Praça da Canção - foi um tempo em que o seu autor colocou pela palavra escrita uma mensagem de esperança ao alcance dos portugueses, que incentivava a lutar pela transformação social. Outros tempos vieram e mudanças abissais se revelaram - eu seja ceguinho...  ou transformamos este país num Rio Maior... - mas isso não nos impede de recordar e celebrar a Praça da Canção.

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07
Mar15

Cavaco falou

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transferirCavaco e a constituição.jpg

Quando aqui notei a ausência de qualquer comentário do PR sobre a dívida do Primeiro-Ministro à segurança social, afirmei estar curioso com o aquilo que diria sobre o caso. O homem, finalmente, quebrou o silêncio, assumindo-se não como PR mas como retinto camarada PSD de PPC. Só faltou mesmo declarar-se orgulhoso do primeiro-ministro que tem, como fizeram pateticamente os ministros Pires de Lima e Paula Teixeira da Cruz. Não afirmou orgulho, mas afirmou que não pode demitir o primeiro-ministro por esse poder caber à Assembleia da República! Ou seja, é um presidente que ignora (ou finge ignorar) os preceitos constitucionais que lhe permitem demitir o governo, ouvido o Conselho de Estado e lhe permitem dissolver a Assembleia da República, o que em termos práticos tem como consequência a demissão do governo.

O Presidente Cavaco cada vez que abre a boca faz uma demonstração de iliteracia...

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