Correspondendo a uma iniciativa do MPPM, um número significativo de individualidades representativas dos mais variados sectores da vida portuguesa subscreveu um Apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros Estados Membros para que ajam no mesmo sentido.
O Apelo está aberto à adesão de todas as pessoas, individuais e colectivas, que se identificam com a causa do povo palestino aqui:
http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=Palestina-Soberana
Este é o texto do Apelo e a lista de primeiros subscritores: APELO À PRESIDÊNCIA PORTUGUESA DO CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA PELO RECONHECIMENTO DO ESTADO DA PALESTINA! Desde o dia 1 de Janeiro de 2021, para além das obrigações constitucionais que impendem sobre a condução da política externa, o Governo Português assumiu, por um período de seis meses, responsabilidades acrescidas no contexto internacional que decorrem da assunção da presidência rotativa do Conselho da União Europeia.
O Governo Português escolheu como lema para a sua presidência a expressão “Tempo de Agir”, e talvez essa frase seja mesmo a que melhor define o desafio que está colocado a Portugal e à União Europeia.
A questão palestina é um dos processos que de forma mais longa e insistente tem ocupado a agenda internacional e sobre o qual, diga-se, a Europa tem um especial dever moral. Dessa forma, exige-se que Portugal dê um contributo decidido e decisivo em favor da afirmação do primado do direito internacional e do respeito pelos direitos inalienáveis do povo palestino. Direitos esses que foram reafirmados recentemente em várias resoluções da Assembleia Geral da ONU aprovadas por larga maioria.
A União Europeia e o Governo Português, em particular, reproduzem declarações proclamatórias em favor do direito internacional e mantêm, há muito, um discurso favorável à solução de dois Estados.
É imperioso passar das palavras aos actos, dar sentido concreto às declarações formais, sob pena de elas se converterem em instrumento retórico, na prática equivalente a uma cumplicidade mais ou menos velada de violação do direito internacional.
De facto, a situação do povo palestino agrava-se todos os dias. Israel multiplica os abusos e violências, mantém ilegalmente nas suas prisões prisoneiros políticos – muitos sem culpa formada, sem julgamentos –, estende a construção do Muro do Apartheid, intensifica a colonização ilegal do território palestino ocupado em 1967, prossegue a expulsão e limpeza étnica da população palestina.
Até agora, Israel tem gozado da mais absoluta impunidade. Tem, até, um estatuto privilegiado no relacionamento com a União Europeia.
Apesar da recomendação aprovada pela Assembleia da República em Dezembro de 2014, o Governo Português continua a não reconhecer o Estado da Palestina. Tem mesmo intensificado as relações com Israel, incluindo no plano militar.
É “tempo de agir”!
Reclamamos do Governo Português, no respeito do artigo 7.º da Constituição da República Portuguesa e em conformidade com as resoluções das Nações Unidas, que reconheça o Estado da Palestina nos territórios palestinos ocupados em 1967, com Jerusalém Leste como capital e que desenvolva a cooperação com o novo Estado em todos os planos das relações diplomáticas.
Reclamamos do Governo Português que, no quadro das suas responsabilidades no âmbito da Presidência do Conselho da União Europeia, prossiga uma política activa e consistente que conduza ao reconhecimento pelos Estados da União Europeia do Estado da Palestina nos termos previstos nas resoluções das Nações Unidas, que têm de constituir o quadro de referência para uma resolução justa da questão palestina.
Reclamamos do Governo Português uma intervenção coerente e determinada no sentido de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, daí retirando todas as consequências no plano das relações bilaterais com aquele Estado.
Pelo reconhecimento do Estado da Palestina! Pelo primado do direito internacional! Pelo fim da impunidade do Estado de Israel!
Lisboa, 16 de Fevereiro de 2021
PRIMEIROS SUBSCRITORES Adalberto Alves, Escritor, Arabista Adel Sidarus, Professor Universitário (jubilado), Vice-presidente MPPM Afonso Cruz, Escritor Alexandre Abreu, Economista, Professor Universitário (ISEG) Alice Vieira, Escritora Ana Luísa Amaral, Poeta, Professor Universitária (FLUP) Ana Margarida de Carvalho, Escritora, Jornalista Ana Pires, Dirigente Sindical CESP e CGTP-IN André Freire, Politólogo, Professor Universitário (ISCTE-IUL) António Antunes, Cartunista António Bernardo Colaço, Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça (jubilado) António Borges Coelho, Historiador António Vitorino de Almeida, Maestro, Compositor Augusto Flor, Antropólogo, Dirigente Associativo Nacional Frei Bento Domingues, Teólogo Dominicano, Vice-presidente do MPPM Boaventura de Sousa Santos, Sociólogo, Professor Universitário (jubilado) Bruno Gonçalves, Técnico Superior de Animação Sócio-Educativa Capicua, Rapper Carlos Almeida, Historiador (FLUL), Vice-presidente do MPPM Carlos Matos Gomes, Coronel do Exército (na reserva) Chullage, Rapper Cláudio Torres, Arqueólogo, Dir. Campo Arqueológico Mértola Deolinda Machado, Dirigente Sindical e da LOC Fernando Ribeiro, Músico, Vocalista dos Moonspell Fernando Rosas, Historiador, Professor Universitário (Nova FCSH) Francisco Fanhais, Músico, Presidente da Associação José Afonso Helder Costa, Autor, Encenador Heloísa Apolónia, Jurista Ilda Figueiredo, Economista, Presidente do CPPC Inocência Mata, Investigadora, Professora Universitária (FLUL) Isabel Allegro Magalhães, Professora Universitária (jubilada), Membro do Graal Isabel Barbosa, Enfermeira, dirigente sindical Isabel Camarinha, Secretária-Geral da CGTP-IN D. Januário Torgal Ferreira, Bispo Católico Joana Villaverde, Artista plástica João Rodrigues, Economista, Professor Universitário (U. Coimbra) João Veloso, Professor Universitário (FLUL), Pró-Reitor Universidade do Porto Jorge Palma, Músico José Barata-Moura, Filósofo, Professor Universitário (FLUL) José Luís Borges Coelho, Maestro José Manuel Goulão, Jornalista José Neves, Fundador do Partido Socialista José Pinho, Presidente da Associação de Estudantes da NOVA-FCSH Luís A. Noronha do Nascimento, Juiz Conselheiro (jubilado) Luísa Macedo, Presidente da Associação de Estudantes da Escola Artística António Arroio Luísa Sarsfield Cabral, Professora de Português (aposentada) Madalena Santos, Jurista, Presidente da Associação Portuguesa de Juristas Democratas Mamadou Ba, Presidente do SOS Racismo Manuel Gusmão, Poeta, Ensaista Manuel Martins Guerreiro, Almirante (na reserva) Maria do Céu Guerra, Actriz e Encenadora, Presidente do MPPM Maria Helena Pato, Professora (aposentada) Maria Manuela Tavares, Investigadora (ISCSP), Dirigente da UMAR Marília Villaverde Cabral, Membro do Conselho Directivo da URAP Mário Moutinho de Pádua, Médico Mário Nogueira, Secretário-Geral da FENPROF Miguel Vale de Almeida, Antropólogo, Professor Universitário (ISCTE-IUL) Paula Nunes da Silva, Engenheira Florestal, Presidente da Quercus Pedro Pezarat Correia, General do Exército (na reserva) Pedro Tadeu, Jornalista Pilar Del Rio, Jornalista, Presidenta da Fundação José Saramago Regina Marques, Professora do Ensino Superior, Dirigente do MDM Ricardo Paes Mamede, Economista, Professor Universitário (ISCTE-IUL) Rita Lello, Actriz Rui Namorado Rosa, Professor Universitário (jubilado) Rui Vieira Nery, Musicólogo, Professor Universitário (Nova FCSH) Vasco Lourenço, Coronel do Exército (na reserva)
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