No centenário do nascimento de Guilherme da Costa Carvalho
Evoca-se este ano o centenário do nascimento de um Homem que passou 16 anos nas prisões do fascismo e participou em duas das mais espectaculares fugas - do Forte de Peniche e de Caxias.
A propósito, as palavras da sua mãe, dona Herculana, dirigidas às muitas pessoas que compareceram no cais de Leixões aquando da sua partida na condição de prisioneiro político a caminho do campo de concentração do Tarrafal, o chamado campo da morte lenta:
"O meu filho nunca deu o menor desgosto a seus pais, e era como um espelho da minha alma cristã quando dizia: mãe é bom dar esmola aos pobres quando batem à nossa porta, mas melhor seria que eles não precisassem da nossa caridade, mas isso só será possível quando no nosso país se instaurar a verdadeira democracia que reconhecerá a todos o direito ao pão como uma obrigação social e não um favor da caridade."
Foi a mesma mãe que se deslocou a Cabo Verde para visitar o filho e conseguiu falar com todos os outros prisioneiros, a quem prometeu que daria de viva voz notícias suas às respectivas famílias, e assim fez percorrendo Portugal para cumprir essa tarefa.
Fotografado ple mãe no Tarrafal