28
Out13
Exemplo de dois modelos de sociedade
divagares
O meu amigo Francisco Lobo acaba de dar à estampa, em edição de autor, o seu último trabalho, Exemplos de dois modelos de sociedade, que, com todo o gosto acabo de ler.
"Este mundo profundamente injusto em que vivemos é-nos imposto por organizações monetaristas mundiais, bem estruturadas, mas que oscilam face às confrontações que vão surgindo, quer de carácter universal ou nacional, que têm obrigado os poderes estabelecidos a debruçarem-se e a cederem perante as reivindicações que a todo o momento e por todos os países vão sucedendo, não obstante os fortes anestesiantes utilizados para o imobilismo dos trabalhadores e das populações em geral."
"Alguns dados recentes fornecidos pela ONU não podem deixar indiferentes os cidadãos minimamente sensíveis ao que se passa à sua volta: 30.000 crianças morrem diariamente por falta de cuidados médicos; Mais de 1.500 crianças morrem de fome diariamente; Mais de 100 milhões de crianças vivem nas ruas; Só em África mais de 22 milhões de crianças em idade escolar nunca frequentaram a escola; Mais de 1.000 milhões de pessoas - 1/6 da população mundial - não tem água potável e quase metade não tem acesso a equipamento sanitário."
Esta, é uma transcrição da sua breve introdução, clarificadora das razões que o moveram a lançar-se neste empreendimento. Razões que são o seu sonho de ver erradicadas do mundo as desigualdades sociais, a injustiça, o domínio de países por outros países, o direito do mais forte à liberdade de tudo decidir arbitrariamente. Razões que são o seu estar do lado dos que menos podem.
A abundante informação recolhida e compilada, é apresentada ao longo do livro de uma forma esclarecedora. Fica evidente que, sempre que os povos despertam e lutam, os detentores do poder - as classes dominantes - tudo fazem para impedir a sua emancipação. Fica igualmente claro que nem sempre o conseguiram. Fica também claro que Francisco Lobo é um daqueles cidadãos convictos da certeza de que, por mais derrotas que sofram os trabalhadores e os povos, chegará o momento em que não haverá mais lugar para a iniquidade. O desenvolvimento da sociedade humana assim o demonstra.